Teus braços, minha morada

Hoje adivinho teu desejo

Te trago vinho em forma de beijo

E me embriago só de te olhar.

Prepare as velas nos castiçais

Que faremos mais um brinde

À noite, ao amor e à vida.

A menina que tens escondida

Se transformará em mulher

E será fera na noite veloz

Com tua língua calando minha voz.

Depois da dança e das roupas no chão

Seremos suor, sussurro e volúpia

Na noite que se transforma

Em madrugada dourada

E eu descansarei minha paz

Em teus braços, que é minha morada.

Vampiro

Perto da meia-noite

Chego perto da meia-noite

Entre o Dia nos Namorados

E do santo casamenteiro

Para confirmar de vez

O que desde a primeira vez

Acreditei ser verdadeiro.

Para estreitar o nosso elo

Chego em silêncio no castelo

Não precisa dizer nada

Vejo tudo em teu olhar

Posso ouvir a nossa música

Nos convidando para dançar.

Então dê-me a tua mão

E vamos dançar noite adentro

Até alta madrugada

Para eu mais uma vez ser teu

E deixar que me possuas

Minha eterna namorada.

Vampiro

Um segredo para te contar

Hoje a lua já vai alta,

Mas eu quero te falar baixinho

Um segredo que vai aqui dentro.

Então peço licença a ela,

Fecho a porta e a janela

Para ficarmos a vontade

E eu falar dessa vontade

Que até deixa rouca a minha voz,

Pois se quero ficar com você a sós

É para fazer brilhar mil sóis

E fazer mil descobertas

Debaixo das nossas cobertas.

O barulho que nós faremos

De roupas tiradas às pressas

Entre sussurros e beijos,

Sons de paixões e desejos

Será apenas o começo,

Porque eu bem me conheço

E, te conhecendo também,

Sei que o quarto será pouco

Para esse amor intenso e louco

Que começa a se desenhar.

Por isso a necessidade

De deixar do lado de fora

A lua e os sons da cidade.

E nesta noite gostosa

Assistiremos devagar

O nosso tempo correr.

E o segredo guardado

Que eu trouxe para te revelar

Você já deve saber

Então eu não vou te falar...

Vou fazer!

Vampiro

A água dos desejos

Hoje eu não durmo no quarto

Nem na sala, nem na cozinha,

Hoje passo a noite em claro

Com você, linda mulher

Que jurou sempre ser minha.

Hoje venho quebrar o silêncio

Das coisas que fazemos juntos

Com a luz acesa ou apagada

Desde o nascer da noite

Até o fim da madrugada.

Quando cai o seu vestido

E as suas peças íntimas

São espalhadas pelo chão

Toda a nossa timidez

Vira uma intimidade

Na fusão da nossa nudez

Num abraço apertado

De dois corpos que se procuram

Se encontram e se saciam

Na água pura dos desejos.

Hoje eu não trago flores

E nem trago o vinho Bourbon

Para sentir só o seu perfume

E me embriagar no seu batom.

Hoje é um dia qualquer,

Não é meu aniversário,

Nem é noite de natal,

Mas você é meu presente

E a nossa felicidade

É um eterno carnaval.

Vampiro